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quarta-feira, 3 de abril de 2013

terça-feira, 2 de abril de 2013

MASHUPS!


Brevíssima História dos Mashups


O mashup é uma das últimas novidades da era da comunicação digital. Ele é caracterizado pela produção de novos recursos com conteúdos associados a partir de várias fontes de áudio, vídeo, imagem e texto, ou seja, o mashup só é possível a partir da interação e da colaboração virtuais. O termo teria surgido na Jamaica, da expressão mash it up, cuja tradução literal seria destruir, arrebentar. O significado teria uma conotação positiva, ligado aos músicos que apresentavam uma boa performance junto ao público.1
 
 

A recombinação de elementos para a criação de algo novo não é uma novidade: uma das mais significativas mudanças na área da comunicação se deu quando Johannes Gutenberg inventou a revolucionária prensa tipográfica a partir da adaptação de uma série de tecnologias existentes, aperfeiçoando a antiga prensa de rosca e adicionando-lhe outras contribuições tecnológicas.
 
As novas tecnologias apenas realçam um fato que sempre permaneceu na História: somos seres gregários e crescemos em todos os aspectos a partir da convivência com os nossos semelhantes. A primeira incorporação de informação diversa nas mídias de que temos conhecimento se deu na China A.C. a partir da técnica de colagem, na qual poetas teriam alterado papéis a partir da colagem com novos textos, visando construir algo novo.
 
No século XX, o desenvolvimento das mídias possibilitou novas formas de combinação de dados de fontes diversas. Foi na arte que novos movimentos de experimentação começaram a questionar antigas regras e limitações a partir da subversão artística, sendo a combinação inusitada de elementos uma das formas de questionar regras (são exemplos o dadaísmo, o surrealismo e mais tarde a pop art).
 
(Acho que ainda prefiro o impressionismo.) 

A ideia se espalhou depois no cinema a partir das possibilidades criadas pela evolução da edição, no cenário audiovisual a partir do videotape, se manifestando também no remix de músicas.
 
Hoje se fala numa “cultura remix”, a qual abrange todas as mídias, sendo enormemente facilitada e democratizada a partir do avanço da informática e de todas as ferramentas trazidas por ela. A tendência do mashup só tende a aumentar à medida que o fluxo de informação compartilhada cresce vertiginosamente. Segundo Tom Chatfield, centenas de bilhões de livros foram publicados no mundo todo desde a invenção da prensa, num espaço temporal de quinhentos anos. Esse volume todo representaria menos de um mês de conteúdo compartilhado na internet atualmente.2
 
Como aproveitar ao máximo as potencialidades da “cultura remix”, anabolizadas na atualidade pelos meios digitais? Por se integrarem ao conjunto de tecnologias que ampliam nossa capacidade de aprendizado e de comunicação, essas tecnologias devem ser centradas nas experiências que podem proporcionar a nós, indivíduos.
 
Não é minha intenção explorar todas as possibilidades que os mashups trazem para as nossas vidas (isso seria impossível neste espaço!), me limito apenas a indicar algumas das possibilidades do mashup na educação para provocar a nossa reflexão. Na área da educação, novas formas de comunicação entre professores, entre professores e alunos, e entre alunos e alunos são criadas a partir da “cultura remix”. Novas percepções de si e dos outros surgem a partir da realização de interações que ativem e envolvam múltiplos sentidos.
 
Também novos caminhos criativos e novas disposições de dados se tornam possíveis a partir do mashup de informações. Novos desafios também surgem como a questão do respeito aos direitos autorais, o trato da ética e do respeito na utilização das novas tecnologias e no convívio virtual com os colegas.
 
Por fim, o mashup de imagens, áudios, textos, culturas, pode contribuir para disseminar ideias, ideologias e valores, possibilitando também novas formas de ação política para todos nós. As consequencias ainda são imprevisíveis. Diante deste novo mundo, eu não consigo deixar de ter um olhar otimista. Na era da informação, mais do que nunca precisamos de alguém ao nosso lado. No video a seguir, a música transcende barreiras, atravessa continentes e com a ajuda da tecnologia nos integra de maneiras antes impensadas. O mashup de informações aumenta a nossa capacidade de sonhar. Neste sentido, recomendo o belo vídeo abaixo.

Stand By Me | Playing For Change | Song Around the World

(Esse vídeo caiu hoje no meu colo a partir do compartilhamento de uma colega no facebook. Destino?)

1SOUZA, Randolph Aparecido de. A Estetica do Mashup. Dissertação de mestrado apresentada na PUC-SP em 2009. p. 22

2CHATFIELD, Tom. Como viver na era digital. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012

Artigo sobre os flashmobs

http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19558-1.pdf

Reflexão interessante sobre os Mashups

http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8695